Cada vez mais ouvimos sobre o aumento do nível dos oceanos e sobre um número maior de tufões e furacões devido à mudança climática. Mesmo as pesquisas residenciais e previsões de mercado levam em conta cada vez mais os riscos climáticos, especialmente em áreas costeiras e outras zonas de alto-risco. Esta mudança sublinha uma questão crítica: deveríamos focar nossos investimentos somente em áreas seguras e interiores, ou ainda é possível investir sabiamente em diferentes cidades, a despeito dos riscos?

A conscientização da mudança climática é uma prioridade

A boa notícia é que as cidades não estão paradas. Reconhecendo os desafios, grandes engenheiros mundiais têm trabalhado incessantemente para proteger estas áreas, seus cidadãos e suas propriedades do aumento dos mares e de enchentes destruidoras. Ao redor do mundo, projetos de engenharia inovadores têm enfrentado essas ameaças com tudo, oferecendo confiança para um futuro resiliente.

Exploraremos quatro iniciativas incríveis de diferentes partes do mundo que demonstram como cidades estão se protegendo contra enchentes, tempestades e monções. Cada projeto reflete o equilíbrio entre ambição e cautela, à medida que apoiadores e críticos pesam as implicações ambientais, econômicas e sociais destes esforços massivos.

Se quiser se aprofundar no tópico, recomendamos nosso artigo sobre como a mudança climática afeta o mercado imobiliário.

G-Cans (Kasukabe, Japan)

Sob a superfície de Kasukabe, no Japão, esconde-se uma maravilha: o projeto G-Cans, oficialmente conhecido como Canal de Descarga Subterrâneo Externo da Área Metropolitana. Esta maravilha subterrânea é o maior sistema de desvio de enchentes do mundo, desenhada para proteger Tóquio e seus arredores durante tufões e chuvas pesadas.

O sistema inclui uma rede elaborada de túneis, tanques de armazenamento gigantes e eixos verticais. Durante tempestades, água em excesso é desviada para reservatórios subterrâneos, prevenindo a enchente urbana. A maior câmara de armazenamento, geralmente chamada de "Templo Subterrâneo", é uma maravilha de engenharia. Ela é capaz de armazenar volumes impressionantes de água e, de acordo com especialistas, podem mesmo aguentar uma enchente que ocorre a cada 200 anos.

Completado em 2006, o projeto custou aproximadamente US$2,5 bilhões. Entretanto, especialistas estimam que o G-Cans já poupou mais de US$1,5 bilhões em prejuízos. Desde sua implementação, o número de casas prejudicadas por enchentes após chuvas pesadas ou tufões diminuiu em 90%, o que mostra seu impacto significativo sobre a resiliência urbana.

MOSE (Veneza, Itália)

Veneza é uma cidade famosa por seus canais e beleza atemporal. O mar uma vez fez de Veneza uma grande potência. Hoje, porém ameaça destruí-la. Marés altas, ou "acqua alta", são uma ameaça constante. Aí entra o MOSE, "Modulo Sperimentale Elettromeccanico", uma maravilha de engenharia desenhada para proteger a cidade.

MOSE emprega 78 barreiras móveis posicionadas nas entradas da Lagoa Veneziana. Quando a maré sobe além do nível crítico, estas barreiras são elevadas, protegendo a cidade de inundações. Desde sua ativação, MOSE reduziu eventos de enchente significativamente.

O New York Times notou o impacto do MOSE sobre o mercado imobiliário local. Os apartamentos térreos, antes propensos a inundações, o que era proibido até mesmo nos dias da República de Veneza, agora tiveram seus preços aumentados. Este fato sublinha que os benefícios econômicos de tais projetos são geralmente muito mais altos que os custos.

Entretanto, o MOSE não foi isento de controvérsia. Ambientalistas levantaram dúvidas sobre seu impacto sobre o ecossistema delicado da Lagoa. Ao alterar correntes de ondas, as barreiras podem alterar o movimento natural de sedimentos e afetar a biodiversidade da lagoa. Alguns cientistas também estão preocupados de que, devido à mudança climática, o MOSE precise subir suas barreiras mais frequentemente. Isto pode posar um risco sério de transformação da lagoa em um pântano devido à troca reduzida de água.

Delta Works (Países Baixos)

Os Países Baixos, uma nação em que parte significativa da terra está abaixo do nível do mar, tem sido sinônimo de gestão hídrica. A Delta Works, uma rede complexa de represas, comportas e barreiras contra tempestades, exemplifica a expertise holandesa neste campo.

Em 31 de janeiro de 1953, uma forte tempestade expôs a vulnerabilidade da Holanda perante o poderoso Mar do Norte, resultando na perda trágica de muitas vidas. Como resposta, o governo holandês lançou o projeto Delta Works, uma iniciativa infraestrutural compreensiva com o objetivo de assegurar a segurança da terra a longo prazo.

Apesar de esforços consideráveis, ambientalistas notam que o projeto levou a mudanças significativas nos sistemas hídricos. A transição entre água do mar e doce foi interrompida, o que impactou negativamente a flora e a fauna locais. Além disso, a falta de uma passagem aberta ao mar fez com que rios acumulassem poluição, criando ainda mais preocupações ecológicas.

A Delta Works foi declarada uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno, cimentando seu lugar como marco global para sistemas de gerenciamento de enchentes.

Living Breakwaters (New York, EUA)

Após a devastação do Furacão Sandy, Nova Iorque procurou formas inovadoras de fortalecer sua costa. O projeto Living Breakwaters emergiu como uma solução de destaque. Localizado em Staten Island, a iniciativa combina proteção contra enchentes com restauro ecológico.

Usando recifes de ostras projetados, o Living Breakwaters reduz a energia das ondas, controlando a erosão costeira. Estas estruturas não são protegem, mas injetam nova vida no ecossistema marinho, fornecendo habitat para ostras, peixes e outras espécies marinhas. O projeto integra engajamento comunitário, educando locais sobre o papel dos sistemas naturais em resiliência urbana.

Apesar de sua promessa, o Living Breakwaters enfrenta desafios para ampliar seus benefícios ecológicos. Alguns críticos questionam se os recifes de ostras restaurados serão robustos o suficiente para suportar futuros estressores climáticos, ressaltando o delicado equilíbrio entre restauração natural e engenharia.

Conclusão

Apesar dos desafios e complexidades, os benefícios destas maravilhas de engenharia são inegáveis. A maior parte delas já salvou incontáveis vidas e preveniu bilhões de dólares de prejuízo. Entretanto, ainda não é hora de relaxar. À medida que a mudança climática se intensifica, e desastres se tornam mais frequentes e destrutivos, a necessidade de inovação e melhoria contínuas se torna ainda mais crítica.

Igualmente importante é a responsabilidade de garantir que esses sistemas protejam não apenas cidades e cidadãos, mas também os delicados ecossistemas com os quais eles interagem, minimizando os danos ambientais. Nosso sincero reconhecimento a todos que contribuem para esses esforços vitais.


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